À medida que o acesso à internet e às tecnologias se popularizou, uma crescente onda de tentativas de golpes e fraudes se alastrou pelo país. E em Minas Gerais, essa realidade não é diferente: uma pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), em 2024, revelou que 87,7% dos mineiros já sofreram alguma tentativa de golpe ou fraude. Os prejuízos, conforme o levantamento, variam entre R$ 50 e R$ 14.000, sendo as ligações telefônicas o canal mais utilizado para a aplicação desses golpes.

Segundo a assessora jurídica da FCDL-MG, Sara Sato, o ideal é sempre se informar e se proteger. “Não clicar em links de SMS e WhatsApp duvidosos, analisar com cautela perfis de redes sociais, realizar investimentos somente em instituições financeiras devidamente comprovadas, tomar cuidado com os boletos de pagamentos, nunca fornecer dados pessoais em ligações telefônicas, e-mails ou mensagens de texto, enfim, são várias precauções que ajudam a coibir a ação dos golpistas”, alerta.

Ainda de acordo com a advogada, os transtornos e prejuízos de ter os dados pessoais expostos em golpes podem ser ainda maiores quando as vítimas não agem rapidamente para retomar sua segurança. “Existem algumas medidas simples que podem ajudar a conter os danos, como fazer o boletim de ocorrência e um alerta de documentos”, explica.

O presidente da FCDL Minas, Frank Sinatra, lembra que o SPC Brasil dispõe de um serviço gratuito chamado “SPC Alerta“, que ajuda a prevenir que dados e documentos fraudados sejam utilizados por terceiros em compras sem autorização.

“Para fazer o Alerta basta comparecer à CDL da sua cidade, com o boletim de ocorrência em mãos e preencher o formulário. Após a inclusão das informações no banco de dados, para qualquer consulta realizada, a informação de Alerta de Documentos é disponibilizada, cabendo aos comerciantes a conferência da segunda via de documentos, evitando possíveis fraudes em nome daquele consumidor”, explica Sinatra.

Além de do serviço do SPC, existe um alerta similar da JUCEMG, para evitar a abertura de empresas com os dados pessoais roubados e o BC Protege+, ferramenta do Banco Central que bloqueia  a tentativa de abertura de contas fraudulentas. Segundo o balanço mais recente divulgado pelo BC, 145,5 mil pessoas ativaram a proteção e as instituições financeiras fizeram 1,9 milhão de consultas ao sistema para verificar pedidos de abertura de contas ou inclusão de titulares.

Veja algumas dicas para proteger seu CPF:

Mantenha os documentos em locais seguros:

Evite carregar documentos importantes, como RG, Título de Eleitor e CPF de maneira desnecessária.

Sempre que possível, deixe esses documentos guardados em um local seguro, como um cofre ou outro tipo de espaço reservado em sua casa.

Se precisar sair com eles, use carteiras ou bolsas com zíperes e compartimentos fechados e seguros para evitar perdas e furtos.

Evite compartilhar seus dados:

Seja cauteloso ao fornecer seu CPF. Compartilhe essa informação somente em situações necessárias e ambientes seguros, como em transações com empresas confiáveis.

Desconfie de pedidos de CPF feitos por telefone, e-mail ou mensagens, especialmente de fontes desconhecidas.

Compre online apenas em sites confiáveis:

Ao fazer compras online, prefira sites que possuem certificados de segurança, geralmente identificados pelo prefixo “https” na URL.

Verifique também a reputação do site e leia avaliações de outros clientes em sites como o Reclame Aqui, por exemplo.

Utilize métodos de pagamento seguros e evite salvar informações pessoais em sites de compras.

Cuidado com golpes via e-mail e SMS:

Golpistas frequentemente utilizam e-mails e mensagens de texto para tentar conseguir informações pessoais.

Nunca clique em links ou baixe anexos de mensagens suspeitas. Verifique sempre a origem da comunicação e, em caso de dúvida, entre em contato diretamente com a instituição mencionada para confirmar se a mensagem é verdadeira.

Crédito imagem: freepik.com